terça-feira, 19 de julho de 2011

domingo, 17 de julho de 2011

No quiero estar cansado solo,
quiero que te canses conmigo.

Quiero que te canses conmigo
de todo lo que está bien hecho.
De todo lo que nos envejece.
De lo que tienen preparado
para fatigar a los otros.
Cansémonos de lo que mata
y de lo que no quiere morir.

Pablo Neruda 

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Na Floresta do Alheamento

"SEI QUE DESPERTEI e que ainda durmo. O meu corpo antigo, moído de eu viver, diz-me que é muito cedo ainda. . . Sinto-me febril de longe. Peso-me não sei por quê. .. Num torpor lúcido, pesadamente incorpóreo, estagno, entre um sono e a vigília, num sonho que é uma sombra de sonhar. Minha atenção bóia entre dois mundos e vê cegamente a profundeza de um mar e a profundeza de um céu; e estas profundezas interpenetram-me, misturam-se, e eu não sei onde estou nem o que sonho."

Fernando Pessoa
“Sê apenas um homem que pensa; não penses como pensador, isto é, numa faculdade arrancada à totalidade do ser humano real e para si isolada; pensa como ser vivo e real, exposto às vagas vivificantes e refrescantes do oceano do mundo; pensa na existência, no mundo como membro do mundo, e não no vazio da abstração como uma mônada isolada, como monarca absoluto, como um deus indiferente e exterior ao mundo — podes, depois, estar certo de que os teus pensamentos são unidades de ser e de pensar.”


Ludwig Feuerbach

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pina



"Se queres entender, sente"



sábado, 14 de maio de 2011

"Há muito tempo que não escrevo. Têm passado meses sem que viva, e vou durando, entre o escritório e a fisiologia, numa estagnação íntima de pensar e de sentir. Isto, infelizmente, não repousa: no apodrecimento há fermentação."



                                        Bernardo Soares





Il Postino

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Moralmente doentes

"Já não há indignação espontânea, que é a boa, a verdadeira indignação. Existe uma doença do espírito: o mal da indiferença dos cidadãos. Estamos todos moralmente doentes."
José Saramago nas Suas Palavras

sábado, 8 de janeiro de 2011

Do Entendimento

"Quanto a mim, quando entro profundamente no que chamo de eu próprio, deparo sempre com uma qualquer percepção específica de calor ou frio, luz ou sombra, amor ou ódio, dor ou prazer. Nunca sou capaz de me encontrar sem uma percepção, e nunca sou capaz de observar nada além da percepção. Quando as minhas percepções são removidas durante algum tempo, como por exemplo durante o sono profundo, torno-me insensível quanto a mim e poderá dizer-se verdadeiramente que não existo. E caso todas as minhas percepções fossem removidas pela morte, e não pudesse pensar, nem sentir, nem ver, nem amar, nem odiar após a dissolução do meu corpo, eu seria completamente aniquilado, e não concebo o que mais seria necessário para me tornar uma absoluta não-entidade. Se alguém, após séria e objectiva reflexão, considerar que tem uma noção diferente de ele próprio, devo confessar que deixarei de poder dialogar com ele. Só poderei conceder-lhe que ele poderá ter razão, tanto quanto eu, e que somos completamente diferentes nesse ponto. Ele poderá, talvez, apreender algo simples e continuado a que chama ele próprio, embora eu tenha a certeza de que tal princípio não existe em mim."

Tratado sobre a Natureza Humana
Hume

domingo, 2 de janeiro de 2011

Eterno Retorno

"E se um dia ou uma noite um demónio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demónio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele transformar-te-ia e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"

A Gaia Ciência